Nós também assistimos a um trecho do filme Baile Perfumado, confira essa grande obra cinematográfica.
Professor Gedeão
Baile Perfumado
TÍTULO DO FILME: BAILE PERFUMADO
(Brasil, 1996)
DIREÇÃO: Paulo Caldas e Lírio Ferreira
ELENCO: Duda Mamberti, Jofre Soares, Cláudio
Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Giovanna Gold, Aramis Trindade, Chico Dias,
93 min, Rio Filme.
RESUMO
Homem de confiança de Padre Cícero, o fotógrafo
árabe Benjamin Abrahão, parte de Juazeiro, no Ceará, nos anos 30, para levantar
recursos e filmar Lampião e seu bando. Graças à sua habilidade para estabelecer
contatos, Benjamim localiza o cangaceiro e registra o cotidiano do grupo.
O filme, no entanto, é proibido pela ditadura do
governo de Getúlio Vargas, durante o Estado Novo.
CONTEXTO HISTÓRICO
A passagem para o século XX no Brasil é marcada
pela abolição da escravatura e pela proclamação da República. Apenas um
aparente avanço, já que a República foi proclamada por um golpe de Estado
articulado pela aristocracia rural com apoio do exército. O negro, apesar de
não ser mais escravo, permanece excluído na sociedade. Soma-se a esta
estagnação, a manutenção do latifúndio monocultor como base econômica da
República Velha.
Mudava apenas a forma. A República não era
pública, e sim oligárquica.
A monarquia caiu porque se tornou obsoleta
frente a algumas mudanças sócio-econômicas representadas pela vida urbana no Sudeste.
Enquanto isso, no campo, o povo continuou vivendo em condições sub-humanas e
excluído do processo político. O trabalhador rural permaneceu pobre e explorado
e com as dificuldades econômicas da República Velha, a situação da população
rural se agravou ainda mais produzindo uma série de movimentos populares.
Foi nesse contexto que no início do século XX,
grupos armados chamados de cangaceiros começaram a atuar no sertão nordestino,
constituindo o que o historiador Eric Hobsbawm chamou de banditismo social.
Eram homens pobres e destemidos que atacavam armazéns e fazendas, distribuindo
comida para o povo, sendo por um outro lado, extremamente cruéis com seus
inimigos, não hesitando em torturar, estuprar e executar. A população pobre que
colaborava com os cangaceiros era protegida e tratada com generosidade.
A violência do cangaço é produzida pela condição
de miséria e fome a que se encontrava submetida à população rural e pela
própria violência que caracterizava as relações sociais, que estruturadas através
do coronelismo e do latifúndio, marginalizavam o sertanejo, excluindo-o dos
direitos mais elementares, inclusive do direito à vida.
É natural que um movimento social sem definição
ideológica, desorganizado e irracional, seja facilmente manipulado, sendo comum
presenciarmos bandos de cangaceiros prestando serviços para coronéis rivais,
sem contar que o próprio Lampião, convidado pelo padre Cícero, recebeu armas
para inutilmente atacar Luiz Carlos Prestes e sua famosa "coluna". A
repressão do governo acabou com o cangaço entre 1930 --40.
Nessa mesma realidade histórica, destaca-se uma
atuação diferenciada. Trata-se do padre Cícero Romão Batista, em Juazeiro, que
até hoje, muito depois de sua morte (1934), é venerado como um santo.
Sua atuação ambígua foi marcada com ações de
caridade para população pobre (organizou verdadeiros mutirões para montar
pequenos postos de saúde, escolas e orfanatos) ao mesmo tempo em que favorecia
latifundiários, (destacando-se a família Acioly, a mais poderosa do Ceará)
explorando seus discípulos como mão-de-obra para construção de açudes e para
colheita de algodão.
Durante o governo de Hermes da Fonseca
(1910-1914) inicia-se a Política das Salvações, onde interventores federais
substituíram as velhas oligarquias estaduais, sob comando do gaúcho Pinheiro
Machado. Esta nova política presidencial enfrentou uma série de movimentos de
rebeldia, destacando-se a Revolta do Juazeiro, liderada pelo padre Cícero, que
restabeleceu a velha oligarquia dos Acioly ao poder, depondo os grupos hermistas
que estavam controlando o Ceará.
Fonte: Historianet.com.br
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